domingo, 9 de janeiro de 2011

amigas eu achei essa istoria emgraçada rsrsrs

Oi! Eu sou um frango. Vou lhes contar agora, através deste “toque”, a minha história. Há alguns dias atrás, mais precisamente 45, eu nasci – longe da minha mãezinha, numa chocadeira. Alguns de vocês humanos aperfeiçoaram o meu nascimento para torná-lo mais prático – não é legal?
Com poucas horas de vida lá estava eu passando pela minha primeira experiência neste belo mundo: uma seleção. Pegaram a mim e a meus irmãos, assopraram nossa barriguinha e nos separaram em duas caixas. Quem tinha “pintinho” para um lado e quem tinha “pintinha” para outro. Eu, “por sorte”, que era macho fui jogado numa caixa que ia para um lugar chamado granja de engorda. Oba! Vou comer à vontade, pensei.
 Minhas irmãs não tiveram a mesma felicidade. Fiquei sabendo que os humanos, donos da granja, e responsáveis por nós, não gastam ração com fêmeas, pois elas demoram mais para ganhar peso. O destino delas seria então um forno para serem incineradas. Eu era pequeno e não entendia direito o que significava aquilo, só sei que o fato me fez arrepiar as peninhas.
Chegando à granja fui colocado em um cercado junto com meus irmãos. Quando de repente gritei: Epa! Vai com isso pra lá! Que negócio é esse?! Piiiu!!! Cortaram a ponta do meu bico. Disseram que era para evitar brigas futuras. Bem, agora vem a parte boa da história: comia dia e noite sem parar, nem um minuto. Só não conseguia perceber a hora de dormir, por isso ficava sempre acordado. É que lá na granja havia umas luzes ligadas o tempo todo. Talvez tenham sido elas o motivo da minha insônia durante 37 dias. Confesso que isso me deixou meio estressado.
Nesse ritmo, com apenas 38 dias, já tinha atingido o peso “ideal”, à base de muito hormônio, antibiótico e promotores de crescimento. É a ciência a serviço do nosso desenvolvimento, imaginava. Só achei estranho o boato de que todas essas substâncias ficariam retidas nos meus músculos – carne, se você preferir chamar assim.
Avisaram-me que um frigorífico seria o nosso próximo lar. Será que nele conseguiria, enfim, tirar um bom cochilo? Fui posto então com mais meus oito irmãos franguinhos numa caixa um pouco maior do que um engradado de cerveja, e essa caixa, junto com tantas outras, foi colocada num caminhão que nos levaria a futura morada.
Para minha tristeza, alguns de nós não suportaram o aperto da viagem e morreram no caminho. Enfim chegando ao novo ambiente, fomos retirados das caixas e pendurados de cabeça para baixo, pelos pés, em uns trilhos. Tinha pena voando para tudo quanto era lado. Passaram-nos por um chuveiro e pensei: afinal um banho! Que nada. Era para ajudar a propagação de uma corrente elétrica. É que logo em seguida levei um baita choque no bico que me fez desmaiar.
Talvez fosse alguma forma terapêutica de nos fazer relaxar um pouquinho. Minha inocência acabaria logo depois. Tudo aquilo que me ocorrera era o que os humanos chamam de “humanizar a matança”. Seríamos sangrados vivos e com o coração batendo para que assim todo o sangue escorresse pelo corte que fariam no nosso pescoço. Comecei, mais pra lá do que pra cá, a rezar e pensar na minha mãezinha que nunca havia visto e no Deus que havia me criado. Segundo dizem, eu ainda tive sorte, pois em alguns lugares os homens atravessam nosso pescoço com um estilete atingindo a nossa coluna enquanto ainda estamos conscientes.
Continuamos então nosso caminho pendurados, e fomos mergulhados numa caldeira com água fervendo para facilitar o serviço de uma máquina de arrancar penas. Depois disso, nossas barrigas foram abertas, e um tal de veterinário veio examinar nossas vísceras para ver se estávamos “próprios” para o consumo humano. A seguir alguns de nós foram esquartejados, outros desossados ou ainda moídos para virarem salsicha, hambúrguer, nuggets, etc.
Bem, o leitor a essa altura deve estar perguntando: o que aconteceu comigo afinal? Será que consegui escapar? Não, infelizmente meu destino não foi diferente do de meus irmãos. É que esse “toque” é uma psicografia, mas se você quiser uma prova física de minha existência, talvez ainda possa encontrar algumas partes geladinhas de meu corpo espalhadas no balcão frigorífico de seu supermercado. Você nem se tocará que eu já fui um ser vivo como você.
Aproveite da próxima vez que for comer aquele peitinho de frango grelhado, super “saudável”, para se lembrar dessa minha história, ela que não é muito diferente da de milhões de outros animais que são sacrificados todos os dias. [Extraído do Jornal: Essência Vital].

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